HISTÓRIA

História

Fundação da primeira Grande Loja

Em fevereiro de 1717, quatro lojas inglesas reunidas na Goose and Gridiron Alehouse, na Crown Alehouse, na Apple Tree Tavern e na Rummer and Grapes Tavern, tomaram a decisão de se unir como uma Grande Loja - 24 de julho de 1717 - o solstício de verão e a festa de São João.

Assim, é fundada a primeira Grande Loja e a portanto aceita-se 1717 como a data fundadora da maçonaria especulativa.

Primeiras Constituições

Em 1723, a Grande Loja da Inglaterra publicou as suas Constituições, escritas por Dr. James Anderson, um pastor protestante. As Constituições são o seu estatuto legal e tornaram-se a Constituição material da Maçonaria Universal.

Ao escrever as Constituições, James Anderson inspirou-se nas Antigas Obrigações (Old Charges), especialmente o Manuscrito de Matthew Cooke, também conhecido por Cooke MS. Ele condensou as primeiras tradições da Arte dos maçons operativos num sistema de regras e definiu os deveres que os maçons deviam a si mesmos, à Fraternidade e ao Mundo.

Fundação da primeira Loja em Portugal

De Londres, a Maçonaria espalhou-se por toda a Inglaterra e daí para França, Países Baixos, Rússia, Suécia, Dinamarca, Espanha, Itália, Suíça, Turquia e Portugal.

A Portugal terá chegado dez anos após a sua fundação me Londres. Não havendo documentos concretos que comprovem o ano exato da sua instalação. acredita-se que talvez em 1727 tenha sido fundada, por comerciantes britânicos que viviam em Lisboa, "The Lisbon Lodge", uma loja que foi registada nos arquivos da Inquisição como a “Loja dos Hereges Mercadores”.

Segunda Loja em Portugal

Em 1733, uma segunda loja foi fundada por um indivíduo enviado pela Grande Loja da Inglaterra - George Gordon - para atuar como um facilitador para o surgimento de novas lojas, que funcionassem como elementos de propaganda maçónica e de influência britânica.

Esta Loja foi denominada Casa Real dos Pedreiros-Livres da Lusitânia . A sua composição consistia principalmente por mercadores irlandeses e mercenários do exército português, mas também incluía marinheiros, médicos, um padre dominicano e um proprietário de uma estalagem.

Regularização

A “Loja dos Hereges Mercadores” viria a regularizar-se em 1735, pedindo a sua admissão à Grande Loja de Londres, obtendo o número 135. Posteriormente foi renumerada com número o 120.

Bula Papal

Em 1738, quando o Papa Clemente XII emitiu uma Bula Papal, In Eminenti Apostolatur Speculatae, a Loja "Casa Real dos Pedreiros-Livres da Lusitânia" foi dissolvida e alguns dos seus membros transferidos para a primeira loja. Esta Bula Papal proibia os católicos de participarem de qualquer atividade maçónica, sob pena de excomunhão. Também instruiu os clérigos e membros da Inquisição Católica de perseguir os maçons e punir os infratores, se necessário com a ajuda das autoridades seculares e locais.

Terceira Loja constituída em Portugal

Uma terceira loja é criada em 1741, por um lapidário de diamantes, John Coustos -  um cidadão suíço que mais tarde se naturalizou britânico. Dois anos depois de a Loja ter erguido colunas, o número de membros aumentou para trinta, a maioria estrangeiros a viver em Portugal. Será realista presumir que a Loja iniciou vários nobres portugueses na Arte Real.

Detenção de John Coustos

Ao regressar de Londres foi preso e terá sido julgado a 21 de julho de 1744, na Igreja do Convento de São Domingos, acusado de ser protestante e herege, também por ofender os católicos portugueses ao fundar uma loja maçónica. Foi considerado culpado, mas convidado a repudiar as suas ações sob a promessa de ser salvo da pena de morte. Foi condenado a cinco anos de trabalhos forçados (pena das galés) e assinou uma declaração, na qual se obrigava a não revelar o que realmente aconteceu durante a prisão.

Segunda Bula Papal

Em 1751, um novo Papa, Bento XIV, promulgou outra Bula Papal contra os maçons. Com o titulo de  Providas Romanorum, reafirmou as injunções da Bula Papal do Papa Clemente XII emitida em 1738.

Período pombalino

Entre 1755 e 1777, Sebastião José de Carvalho e Melo - Marquês de Pombal foi Secretário de Estado do Reino, cargo semelhante ao do atual Primeiro-Ministro.

Sob o seu governo, a maçonaria portuguesa ficou finalmente livre de perseguições. Durante mais de uma década (1760-1770), a Maçonaria adquiriu força e vigor e expandiu número de membros no Exército, na aristocracia e nas classes eruditas.

Perseguição

Em 24 de fevereiro de 1777, morre José I, sucedeu-o como Rainha a sua filha D. Maria I. Com sua ascensão ao poder, o preconceito religioso e a perseguição à maçonaria retornaram e a maçonaria tornou-se novamente o inimigo declarado do Estado. O Marquês de Pombal foi afastado do cargo e vários intelectuais foram forçados ao exílio e outros maçons foram presos.

Durante os 25 anos que se seguiram foi conduzida uma perseguição sistemática contra as lojas maçónicas de Lisboa, Coimbra, Valença, Funchal e Porto.

Uma sessão a bordo de fragata

Em 1797  há relatos de uma reunião maçónica realizada a bordo da fragata Fénix, flutuando no rio Tejo que terá contado com a presença de maçons portugueses, britânicos e franceses, de onde terá nascido a Loja Regeneração (também conhecida como Loja Fénix) que reuniu mais de 140 membros.

4 Lojas em Portugal

O desembarque de um contingente expedicionário do Exército britânico em julho de 1797, em apoio à resistência portuguesa contra uma tentativa de ocupação francesa, desempenhou igualmente um papel decisivo no renascimento e crescimento da Maçonaria em Portugal.

Este movimento foi iniciado com a criação de quatro lojas britânicas em Lisboa (três delas ligadas a regimentos britânicos e a quarta composta por oficiais britânicos e portugueses), registadas na Grande Loja da Inglaterra com os números 94, 112, 179 e 315.

Carta Patente

A Grande Loja de Londres vem a conceder carta-patente provisória a 2 de janeiro de 1798, para instalação em Lisboa da Loja n.º1 de Portugal, construindo-se uma comissão formada pelos veneráveis de três Lojas militares.

Uma primeira Obediência portuguesa

Em 1801 realizou-se uma reunião maçónica na localidade do Calvário, em Lisboa, no palácio do General Gomes Freire de Andrade, maçom nascido e iniciado no estrangeiro. Estando o general no estrangeiro na altura, o Padre José Joaquim Monteiro de Carvalho, presidiu à reunião que contou com cerca 200 maçons representantes das diferentes lojas, por ter o 11º grau e ser o mais “graduado” presente.

Durante a discussão, um consenso completo foi alcançado para a criação urgente de uma Grande Loja ou Grande Oriente que pudesse ser reconhecido pela maçonaria internacional.

Primeira Constiruição da Maçonaria Portuguesa

No verão de 1804 uma Dieta ou assembleia maçónica formal teve lugar em Lisboa, tendo a Grande Loja de Portugal sido instalada com o título de Grande Oriente Lusitano.

O juiz Sebastião José de São Paio de Melo e Castro Lusignam foi eleito primeiro Grão-Mestre. Era neto do Marquês de Pombal, com o nome simbólico de Egas Moniz e dois anos depois, em julho de 1806, foi finalizada a primeira Constituição Maçónica Portuguesa.

Ocupação Napoleónica

Durante as ocupações de Napoleão Bonaparte, Portugal ficou na rota de Napoleão devido à aliança tradicional de Portugal com a Inglaterra.

Napoleão planeava reduzir o controle dos mares pela Grã-Bretanha fechando os principais portos europeus aos navios britânicos. Como antigo aliado da Inglaterra, Portugal recusou-se a fechar os seus portos, mas sob pressão entrou em negociações com o Diretório de Napoleão. Napoleão enviou algumas divisões de seu exército a Portugal para impor o controle dos portos. Em 30 de novembro de 1807, o general Junot chegou a Lisboa como comandante das tropas francesas, um dia após a partida da Corte portuguesa para o Brasil.

Um longo período de marasmo

A Maçonaria portuguesa foi segregada até 1869, porque não há muitas das fontes históricas credíveis.

Um fator que contribuiu para este facto foram as várias divisões dentro de cada Oriente que mudavam com frequência, enquanto algumas lojas passavam mesmo de um Oriente para outro ao longo do tempo.

Implantação da República

Por motivos que podem ser atribuídos à orientação progressista do programa político republicano, com ideal de liberdade que iluminou a luta republicana contra as monarquias absolutas e os impiedosos imperadores que subjugaram nacionalidades e povos europeus, foram vários os maçons que se envolveram nas atividades políticas e revolucionárias.

Maçonaria na República

Nesse período, o Grão-Mestre da Maçonaria Portugal (Grande Oriente Lusitano Unido) era Sebastião de Magalhães Lima.

Ditadura

Em 28 de maio de 1926, um golpe de Estado, liderado por oficiais do Exército, foi bem-sucedido e derrubou a democracia parlamentar instalada em outubro de 1910.

Instalou-se uma Ditadura Militar com o general Gomes da Costa à frente, os rebeldes apoderando-se de Lisboa sem resistência.

Proibição da Maçonaria em Portugal

A 19 de Janeiro de 1935, na Assembleia Nacional eleita recentemente, o deputado José Cabral apresentou um projeto de lei destinado “a proibir qualquer cidadão de ser membro de qualquer associação secreta, sob pena de penas severas que incluíam a detenção e exílio”. Para além disso, antes de serem admitidos ao cargo, todos os funcionários públicos foram forçados a prestar juramento, declarando que não eram membros de nenhuma sociedade secreta.

No dia 27 de março, na segunda apresentação à Assembleia, o projeto de lei recebeu apoio positivo na Câmara Corporativa e a lei foi votada favoravelmente e por unanimidade no dia 6 de abril.

A Maçonaria foi banida de acordo com a publicação da Lei 1901 de 21 de março de 1935.

De novo a Liberdade

A democracia foi restabelecida a 25 de abril de 1974 como resultado do golpe de Estado ocorrido naquele dia, sob o comando militar do Movimento das Forças Armadas (MFA) que dirigiu a revolução.

Não foi surpresa que a revolução contribuiu para a eliminação de todas as restrições legais e políticas que restringiam a atividade maçónica.

Grande Loja de Portugal

Um grupo de maçons insatisfeitos com as condições irregulares que o Grande Oriente Lusitano persistia em seguir, tomou a iniciativa de remediar a situação e tentou repor à Obediência as raízes da regularidade, mas a tentativa falhou.

Ocorreu então uma cisão durante a década de 1980, que levaram à criação da Grande Loja de Portugal em 22 de fevereiro 1985. ).

Timeline Story

Após o levantamento de colunas da Loja Fernando Pessoa, o passo seguinte foi a criação do Distrito Português da Grande Loja Nacional de França (DP-GLNF), restabelecendo em Portugal a Maçonaria Regular.

Criação da Grande Loja Regular de Portugal

Em 29 de junho de 1991, este Distrito tornou-se Grande Loja independente, numa cerimónia realizada no Hotel Palácio no Estoril com a presença do Grão-Mestre da GLNF, André Roux, dá-se a constituição e instituição da Grande Loja Regular de Portugal sob a liderança de Fernando Teixeira como seu primeiro Grão-Mestre.

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